Textos
A voz do poeta
o remo bate no casco
chuando chuando a titinga das águas
a escuridão é uma luz ao contrário
e a voz do poeta só chega até aqui...
a rua de plástico deveria ser branca
leva a um porto líquido sem mar
a um porto aéreo sem ar
a um porto concreto sem par
é f-hora do brasil
da casa da frente a castanhola enfrenta
a fiação no poste
a diamantização no porte
da frente da casa
vegetais dão largadas
na piçarra, a pirraça de dias tais
um café passado da hora
a antena do rádio direito engavetada conta
conto do desafiar o tempo
por todo peso que se sente, desenfiando...
o futuro (sere) de telhados brancos
de asfaltos brancos
que os cegos olham...
na voz do brasil a brasa congelou
numa frequência amar-g-ama
os tênis caminham
num caminho o caminhão
com duas manguinhas dentro
aí o ouvido no fóton do anil
resolvendo a regra na regra de três
mentira - solidão
X
verdade - cidade
no pampa dos engenheiros, um rock marajoara
e a voz do poeta só atravessa a rede
de sociedade
de pesca
de dormir
até jáqui.
Jonas Furtado
Enviado por Jonas Furtado em 16/08/2024
Alterado em 16/08/2024