UM MUNDO ALELO PARA...
Como era possível que ele soubesse o que ocorria? Está preso a um mundo de três dimensões e sequer intui sobre. E como querendo costume, veste sua roupa de caminhada e segue rumo à estrada para queimar calorias advindas dos excessos do dia anterior. O observador o observa. Leva a mão ao peito, tenta respirar forte, tenta tossir: está tendo um ataque. Um passante o acode. Depois outro. Razões são especuladas. Corpo viril, força nos braços, mas um ataque! Cai. Um carro para, o toma e segue para o hospital... Fulminante! A notícia se espalhou pelos meios. Como era possível que eu soubesse o que ocorria? Vivo apenas e pouco penso nisso. E como preciso (quero me acostumar), vou caminhar! Queimar calorias. Comi muito ontem na festa do Joca. Não dou por quem possa estar me observando... Vou. Mas decido pela calma porque uma leve pontada ensaia no peito, ao que levo a mão. Dou meia volta já sem esforço algum. Um caminhante passa, me cumprimenta. Depois outro. Minhas razões são esquecidas. Tenho força nas pernas e nos braços. Um auto passa com pressa! Talvez percebesse alguma agitação em seu interior. Fiquei o dia todo sem redes sociais.